Hoje, parei e ri de mim mesma.
Sabe o bem que faz quando se consegue rir de si mesmo?
Ri de si mesmo significa ser capaz de aceitar-se e aceitar a vida, esta grande e divertida aventura.
Hoje
ri de mim mesma, de minha infantilidade e arrogância por permitir que
as ações e omissões das pessoas me atinjam, machucando, criando mágoas.
Sim,
porque o que realmente nos magoa não são as atitudes dos outros, mas
nossa pretensão de querer que todos sintam e pensem como nós.
Cada
pessoa é um universo completo em si mesmo, estando cada um num
determinado nível de evolução.perfeito dentro de sua escala evolutiva. A
consciência disso nos faz
perceber que a causa de nossa mágoa e decepção não está no outro, já que
cada um faz o seu melhor, dentro de sua concepção de mundo, dentro de
seus limites evolutivos, mas em nós mesmo que colocamos sobre os ombros
dos outros uma carga de expectativa maior do que eles podem carregar e
quando falham, e todos falhamos, culpamos e nos magoamos inutilmente.
Quem
em sã consciência faria uma cirurgia de coração com um exímio remador?
Ou ao contrário iria querer atravessar um rio caudaloso tendo um exímio
cirurgião no leme?
Mas
com as pessoas que convivemos fazemos isso esperando, exigindo e
cobrando mais do que elas podem dar. E quando não atendem nossas
expectativas, nos irritamos, inflama-nos, nos tornamos seus juízes e
suas vitimas, num circulo vicioso ,que só a compreensão de que cada um
tem seus limites evolucionais pode quebrar, nos libertando e trazendo de
volta o riso.
É!
Hoje ri de mim mesma, por todas as lágrimas derramadas, por todas as
palavras de raiva e mágoa que proferi. Quão! Ridículo essa dor infantil
de desilusão provocada pelas palavras e ações dos que nos cercam! Como é
hilária nossa reação frente à verdade do outro, qual criança mimada que
deseja o que não pode ter, exige o que o outro não pode dar.
Hoje ri de mim mesma e esse riso me libertou da mágoa, da decepção e da necessidade de dar ou receber perdão.
Vamos rir e assim recriar os vínculos quebrados, os sonhos adiados, as amizades rompidas.
Ri
de si mesmo, sem crueldade, sem culpas, sem cobranças, rir com seu lado
criança frente às adversidades da vida adulta. Rir,não por soberba,
ironia, mas por entender que
apesar das diferenças, todos somos iguais, seres perfeitos dentro de sua
escala evolutiva de sua verdade pessoal e imperfeitos face a nossa
caminhada que apenas começa.
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